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Zé Pedro

sexta-feira, 18 de maio de 2012


«Sabes quem é que conheci hoje? O Zé Pedro, dos Xutos», disse eu à minha irmã, em conversa ao telefone. «A boa energia que ele transmite... é incrível». Ela concordou: «Sim, é essa a ideia que eu tenho dele». De facto, as boas vibrações, quando genuínas, atravessam qualquer meio - seja a televisão, a rádio, o papel impresso ou o disco. Mas quando temos oportunidade de estar na presença de um músico - e de um homem - como o Zé Pedro, o impacto é mil vezes maior.

Essa oportunidade aconteceu no passado dia 16 de Maio, num encontro organizado pela ETIC e moderado por Rui Miguel Abreu. Os moldes da conversa foram definidos logo aos primeiros minutos: enquanto Rui Miguel Abreu pedia aos presentes para se chegarem mais para a frente, Zé Pedro pegou na mesa que fazia de barreira entre "artista convidado" e "público" e afastou-a para o lado, chegando a sua cadeira também para a frente. Neste clima de proximidade, muitas histórias foram contadas: os dias em que começou como jornalista de música, a formação da banda, os altos e baixos num percurso já com 33 anos, até mesmo o nascimento do punk e do grunge.

Mas é da energia deste homem que não me vou esquecer. Zé Pedro sente-se profundamente grato por fazer aquilo que o apaixona e por pertencer à banda mais acarinhada pelos portugueses. Por isso, faz questão de responder pessoalmente ao email de um miúdo de 10 anos, carregado de perguntas para os Xutos. Acredita que a música só faz sentido enquanto processo de dar e receber. «Um músico, quando sobe ao palco, é um fio condutor. Temos de retribuir a energia que estamos a receber do público com o nosso empenho - nem que seja para uma plateia de cinco pessoas. Um artista que não consegue retribuir isso fica tonto, megalómano, egoísta». Acredita que a arte é saudável quando esse fio condutor se liga também a outros artistas - sejam eles músicos, jovens designers ou profissionais de video.

Recorda-se da primeira coisa em que pensou, quando acordou depois da cirurgia: «em 15 dias ponho-me bom e consigo estar no Optimus Alive». E isto embora os médicos estimassem um recobro de 3 semanas. A paixão alimentou-lhe o corpo e deu-lhe alta, a tempo de subir ao palco do Passeio Marítimo de Algés. Trinta mil pessoas a aplaudirem à sua frente, «um baque» e a emoção que o fez chorar, a si e aos seus colegas.

A dada altura, pedi a sua opinião acerca do estado do jornalismo musical em Portugal. Esperava críticas sobre o que não temos. Recebi elogios sobre o que temos. Perante um copo meio vazio, Zé Pedro vê um copo meio cheio. E eu vejo uma lição de vida.

Rui Clemente, Maio de 2012

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Record Store Day @ Flur

sábado, 28 de abril de 2012

Todos os anos, ao terceiro Sábado de Abril, centenas de lojas de discos independentes reúnem-se por todo o mundo, para mostrar que a música vai para além dos ipods e das grandes superfícies comerciais. Mais uma vez, Portugal esteve incluído no cartaz das celebrações do Record Store Day, que se assinalou na semana passada. Estivemos na Flur, onde a música e o carinho dos seus apreciadores fizeram esquecer um dia de céu cinzento.

O desastre foi de tal maneira determinante que Rodrigo nunca mais se esqueceu da data: 31 de Dezembro de 2008. O dia em que, no seu quarto, tropeçou num emaranhado de fios, viu o computador voar em direcção ao chão e, como se não bastasse, pisou o rato. "Sem querer, liguei o 'beat grid' e assustei-me. Comecei a ouvir um som estranho e descontrolado... mas espectacular." Nessa altura, o jovem de 15 anos já fazia experiências de música no seu quarto, por puro gosto. O acidente gerou uma curiosidade ainda maior. Começou a ouvir mais música, a estar mais atento, a frequentar lojas de discos. Uma delas foi a Flur, em Lisboa. Destino de eleição para os amantes da música electrónica e de dança, logo se tornou na sua loja favorita. A razão é simples: "Tem música que não se encontra em mais lado nenhum. É uma loja única."

Quando esteve presente no primeiro Record Store Day em que a Flur participou (em 2009), Rodrigo nem sequer sonhava que o seu nome viesse a fazer parte da programação do mesmo evento, três anos mais tarde. Agora com 18 anos e um brilho nos olhos, mostra-se incrédulo: "É surreal. Não sei o que se está a passar aqui." Com o título S/P, o EP de estreia de Rodrigo Cotrim foi um dos lançamentos exclusivos da Flur no Record Store Day 2012, que decorreu no Sábado, dia 21 de Abril.

Pelo quarto ano consecutivo, o espaço de Santa Apolónia juntou-se às centenas de lojas de discos independentes que, por todo o mundo, celebraram a arte da música. Efectivamente, quem entrou na Flur nesse dia, percebeu que este foi um Sábado atípico: mais pessoas a circular, discos a preços especiais, uma equipa de reportagem da RTP, lançamentos exclusivos (a par do EP de Rodrigo Cotrim, destacou-se a compilação Lisbon Bass) e um programa de concertos.


Pouco depois das 16 horas, enquanto um jovem manejava o gira-discos perscrutando um vinil de música house e um homem se dirigia ao balcão com um CD de Patrick Watson, o interior da loja foi invadido pelo dedilhar da guitarra de Tó Trips. A arte da música passou a manifestar-se em tempo real, na forma de quatro novos temas a solo do ex-Lulu Blind, actual Dead Combo. Ali mesmo, numa loja de discos, à disposição de qualquer um. "Já tive oportunidade de trabalhar com profissionais ligados à música e noto uma grande diferença, em comparação com os das artes performativas", afirmou Margarida Lopes (34 anos), programadora na área da Dança Contemporânea. "Esta diferença está no gosto pela partilha. O pessoal da música não se coloca em primeiro lugar, não há interferências de ego. Sempre que trabalho com eles, é um descanso. Tudo flui. Acho que o Record Store Day é uma excelente oportunidade para vasculhar a loja e aproveitar uma tarde onde tens este espaço magnífico, esta vista magnífica, estas propostas. É um luxo."


Finda a partilha de Tó Trips, com o Tejo ao fundo do corredor, a música saiu lá para fora. Na esplanada do restaurante Bica do Sapato, um palco improvisado acolheu o showcase da editora Cafetra. Rock de garagem, irreverência e uma média de idades que (no palco e em quase metade da audiência) não ultrapassava os 20 anos, tomaram conta do espaço com as actuações dos 100 Leio, Ème, Go Suck A Fuck e Smiley Face. Um banho de sangue novo, com alguns pingos de chuva à mistura, que encerrou com a energia contagiante das Pega Monstro (duas irmãs, guitarra e bateria apenas), à qual ninguém ficou indiferente.


A tarde terminou com um sorriso na expressão dos presentes e a sensação de "missão cumprida" por parte de Zé Moura, um dos responsáveis da Flur. "Não fazia a mínima ideia de como ia correr. Com a dita crise, a cada ano que passa, espero cada vez menos." Fosse a crise ou a ameaça de chuva, é certo que a afluência de pessoas este ano foi significativamente menor. "Mesmo assim", refere Zé Moura, "o dia foi muito bom, quanto a vendas. Melhor do que qualquer Sábado normal. Apesar de não ter vindo muita gente, estou muito satisfeito." Uma satisfação que não dependeu apenas dos números, mas essencialmente do espírito que na sua loja se fez sentir: "Notei que, este ano, houve gente mais interessada. Houve mais carinho".

Poucos minutos depois, enquanto o palco era desmontado lá fora, ouvimos a voz do jovem Rodrigo Cotrim: "Pessoal, trouxe um bolo que fiz em casa! Venham comer!"

http://www.flur.pt/
http://www.recordstoreday.com/

Reportagem realizada no âmbito do curso de Jornalismo e Crítica Musical (ETIC).

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Last Night A DJ Saved My Life

Quando fazemos as coisas com paixão, a magia acontece. Na semana passada, fui tocado por esta lei universal, com um acontecimento que, noutra altura da minha vida, acharia inconcebível.

Resumindo a história, aceitei um desafio, trabalhei intensivamente durante 6 dias, criei um set de música e enviei-o àquela que sempre foi - e sempre será - a minha rádio de eleição. Dias depois, recebi a notícia: "vamos transmitir este Sábado". Pulei de alegria, como um puto de 6 anos.

Na meia-noite de Sábado, dia 21 de Abril (que, por coincidência, foi o Record Store Day), tive a honra de ouvir o meu trabalho transmitido na Oxigénio, no programa Last Night A DJ Saved My Life.

Foi feito com paixão. E a magia aconteceu.
Obrigado, Oxigénio.



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Mesa de Mistura | Emissão 26

segunda-feira, 19 de março de 2012


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A Hora Mágica dos Scissor Sisters

terça-feira, 13 de março de 2012


Incrível: as novidades chegam umas atrás das outras.

Embora soubesse que andavam em estúdio, foi uma surpresa dar de caras com a notícia do novo álbum dos Scissor Sisters, já com título e data marcada.

Anunciado em primeira mão na página do Facebook da banda, Magic Hour será lançado a 28 de Maio; oito dias antes será lançado o novo single Only The Horses, co-produzido por Calvin Harris.

Este é o único avanço no que toca à produção do novo trabalho do grupo de Nova Iorque. Quem sabe se, a julgar pela foto publicada na mesma página, em Fevereiro último, não haverá também um "dedinho" de Mark Ronson e até de Nile Rodgers?

Uma coisa é certa: depois do fenomenal Night Work, as expectativas são grandes.

Em estúdio: o vocalista Jake Shears (ao centro) com Mark Ronson (à dir.) e o veterano Nile Rodgers (à esq.).

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Fiona Apple, pela própria mão

segunda-feira, 12 de março de 2012

O melhor press release que vi nos últimos tempos: uma foto tirada a um pedaço de papel, escrito à mão por uma caneta púrpura. Circulou na internet, na passada 5ª feira (8 de Março).

A letra é de Fiona Apple, que anuncia assim o seu tão esperado regresso, com uma frase apenas:

The idler wheel is wiser than the driver of the screw and whipping chords will serve you more than ropes will ever do.

Nada mais que o título do (tão pacientemente esperado) novo álbum que, segundo a Pitchfork, verá a luz do dia em Junho. A mesma publicação apresentará Apple daqui a dois dias no festival South By Southwest (em Austin, Texas), num showcase que fará a estreia das novas canções.

Olhando para a frase manuscrita, é inevitável desconfiar - e desejar - o verdadeiro sucessor de When The Pawn...

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As primeiras (boas) descobertas de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

Já fazem música há um e dois anos, respectivamente. Mas tal como a árvore que cai na floresta, têm aquele gostinho a brand new. São, por isso, as minhas primeiras grandes descobertas deste ano.

Um é australiano e move-se nos terrenos da Electronica e do Future Beat, arados sob o calor da Soul. Outro é britânico e produz algo ainda difícil de definir - há quem lhe chame Dark Wave e Dubstep, há quem o meta nas "caixinhas" do Shoegaze e do Experimental.

Os nomes: Chet Faker e King Krule.


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Mesa de Mistura | Emissão 25

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


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Mesa de Mistura | Emissão 24

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

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