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Black Light (Groove Armada, 2010)

domingo, 8 de maio de 2011


Black Light
Groove Armada
Janeiro 2010
Cooking Vinyl
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Foram vários os casos de sucesso, nascidos do boom das novas electrónicas, do trip hop e das abordagens mais vanguardistas da dança, decorrido na segunda metade dos 90. Muitos destes conseguiram sobreviver ao teste do tempo, abrindo caminho para a evolução da club scene do novo milénio. Mas só alguns tiveram a capacidade de se reinventar.

Sempre associei os Groove Armada às pulsações enérgicas de I See You Baby ou Superstylin'. Mas a música deste duo britânico é muito mais que isso. Desde 1996, Andy Cato e Tom Findlay têm construído um catálogo de produções que se destaca pelo uso de ingredientes tão diversos como o funk, a soul, o rock ou o reggae, sobre uma sólida - e bem conhecida - base electrónica.


Contudo, no meio de tanta diversidade estilística, sempre foi possível reconhecer uma espécie de logótipo GA. Até que chegou Black Light.

Lançado em Janeiro de 2010, o mais recente disco dos Groove Armada não só representa uma nova experiência saída do laboratório, como também uma verdadeira transmutação do som que, até à data, moldava o design do tal logótipo.

Black Light recupera o primeiro piscar de olho ao rock no antecessor Soundboy Rock (2007), para assumi-lo como tronco central deste conjunto de 11 faixas. Aqui, a reinvenção faz-se pela invocação de alguns paradigmas dos eighties, de David Bowie aos Fleetwood Mac, de Gary Numan aos New Order e Roxy Music. Nostálgico e de ambiente dark, portanto.

Os Groove Armada não optam, contudo, por embarcar na maré de revivalismos que tomou o mundo de assalto, nos últimos anos. Acima de tudo, a música deste disco vem impregnada de força, coerência e uma espantosa sofisticação.

A quase distorção das guitarras, as baterias, os sintetizadores (modelos dos anos 80, pela primeira vez utilizados pelo duo) e os vocais fazem-nos querer pôr o volume no máximo, rebentar as colunas e dançar até transpirar. Experimentem fazê-lo com Not Forgotten, I Won't Kneel ou o mais conhecido Paper Romance. Depois digam-me qualquer coisa...

Uma das vozes em destaque é a de Mr. Brian Ferry, lenda viva do glam rock. O objecto de homenagem ganha vida e fala-nos em discurso directo, num dos momentos mais cativantes de todo o álbum. Gosto de imaginar Shameless como a música que os Roxy Music fariam em 2010.

Por tudo isto, só posso dizer: directos para a categoria de eterno favorito.

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