O nascimento do Trip Hop (II)
sábado, 21 de agosto de 2010
DJ Shadow
Fusão será, certamente, um conceito que ajuda a entender a origem do Trip Hop. Raro será o género musical que não derive da fusão ou evolução de géneros anteriores; o Trip Hop conta-se entre os exemplos mais expressivos - e interessantes - de miscigenação sonora, na era Pós-Moderna.
Na alvorada dos 90, enquanto a Europa vivia a euforia do Hip Hop, do House e do Acid Jazz, a cena underground de Bristol manifestava um sentimento de insatisfação face a estas correntes. Certas mentes criativas começaram então a experimentar as novas sonoridades que emergiam da Electronica, misturando-as com batidas Hip Hop, samples de Jazz e vocalizações inspiradas na Soul.
O resultado era algo absolutamente novo: distante da dureza do Hip Hop ou da superficialidade do House, a sonoridade Trip Hop era emocional, instrospectiva, atmosférica, umas vezes dark, outras vezes etérea. Era a resposta musical de uma nova geração que, entre a club scene nocturna e a aridez urbana, procurava uma âncora existencial.
Nomes como Massive Attack (reza a lenda que o álbum Blue Lines, de 1991, foi a primeira manifestação do novo género), Portishead, Tricky, DJ Shadow, U.N.K.L.E. e editoras como a Mo'Wax emergiam no panorama, para dar forma e solidez a um movimento que acabaria por conquistar "imensas minorias" e manter-se vivo, até aos dias de hoje.
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