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Banda de culto

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Posso afirmá-lo com propriedade: se há projecto que defino como "banda de culto", esse dá pelo nome de Lamb.

Descobri-os em 1996, nos dias da mítica XFM, e foi ao som de Lusty e Cotton Wool que se deu a tal alquimia espontânea. Um processo que acontecia entre tantos outros na imensa minoria lisboeta que, tal como a Xis, elevava a dupla de Manchester a estatuto de banda-fétiche.

Lembro-me de ouvir o primeiro álbum vezes sem conta e imaginar como seria a força daquele som em palco. O destino tratou disso e, depois de ter perdido a primeira visita a Lisboa (em 1997), não me passaria pela cabeça perder a segunda vez.


A noite de 24 de Novembro de 1999 ficaria para sempre como um dos episódios mais intimistas, na minha história como espectador de concertos. Não só pelo espectáculo em si, mas por ter sido o primeiro concerto a que assisti sozinho, nos meus 22 anos. Naquela noite, parecia não haver mais nada: só eu e eles. Só eu e a magia daquela música, agora materializada, só eu e a energia incrível de Andy Barlow (nunca tinha visto nada assim), só eu e a doçura de Lou Rhodes. Aí, tive noção de que os Lamb eram especiais na minha vida. Lembro-me de estar na estação da Cidade Universitária, a caminho de casa, e sentir-me atordoado com tudo o que ali se passara, na Aula Magna.

"Irrepetível", pensava eu. Pois estava enganado. Dois anos e uma semana depois, a 4 de Dezembro de 2001, naquele mesmíssimo lugar, Lou e Andy traziam-nos What Sound. Se a experiência anterior marcou-me pelo carácter intimista, esta impressionou pelo oposto: perante uma sala cheia, os Lamb conheciam a apoteose, a Aula Magna rendia-se, algo mágico - e raro - acontecia: a fusão total entre músicos, música e público. Uma experiência que ficaria para sempre na memória de todos os que ali estiveram.


A relação dos Lamb com Portugal era um dado assente, com novas visitas a Vilar de Mouros (2002) e ao Pavilhão Atlântico (2003). «As pessoas em Portugal sentem mesmo a música. Há uma sinergia, uma química entre nós e Portugal. Há algo de especial que acontece (...), algo no coração dos portugueses e no coração dos Lamb que nos une», declarou Lou Rhodes, por ocasião da visita seguinte, para um espectáculo na Queima das Fitas do Porto, em Maio de 2004. A minha ausência do País impediu-me de assistir àquele que, inesperadamente, viria a ser conhecido como o último concerto da dupla no nosso país. Em Setembro, era anunciado o fim do projecto. Uma imensa minoria ficava órfã.

Sete anos depois, o inesperado voltava a acontecer: os Lamb regressavam à música... e a Portugal.

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